Sim, faço tudo
Sim, faço tudo. Esta é a frase que mais tenho proferido nas últimas reportagens e entrevistas que tenho feito. Nem sempre é fácil explicar aos entrevistados que a mesma pessoa pode colocar a câmera a gravar e conduzir a entrevista e ainda tirar fotos para uma fotogaleria. Mas já se nota uma evolução.
Mesmo no meio de colegas de profissão ainda há olhares curiosos para o «tamanho» da câmera de vídeo e a ausência de um repórter de imagem. Mas ao contrário das reacções de há cerca de um ano atrás, já começo a ouvir comentários do género: «este é o futuro».
Fico contente, mas pelas experiências que tenho feito ainda há situações que uma pessoa apenas não consegue cobrir. Por questões logísticas, aquilo que normalmente é conhecido no meio jornalístico como «as molhadas» onde há dezenas de jornalistas a tentar chegar ao entrevistado, é muito complicado conseguir levar a bom termo todo o trabalho. Mas com um pouco mais de esforço lá vamos conseguindo.
Na verdade, os repórteres multimédia tendem a ganhar maior protagonismo no meio ao contrário do que tem sucedido até aqui. Ou seja, trabalhar para a Internet ainda é considerado como um trabalho menos nobre pelos jornalistas integrados em redacções de jornais publicados em papel ou até mesmo nas rádios e televisões.
Mas a mudança está aí e já se começam a ver alguns exemplos de fotógrafos que começam a apostar também no vídeo...
Paulo M. Guerrinha
Jornalista