Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

novosmedia

novosmedia

Marketing e Conteúdo: Pode haver casamento?

Há já algum tempo que está na moda, ou melhor, andamos a ver se a moda pega, o Content Marketing. Basicamente, as empresas procuram estar associadas a conteúdo relevante de forma a juntar em torno das suas marcas uma comunidade de utilizadores que, eventualmente, possam vir a torna-se consumidores.

No fundo, partimos da permissa óbvia: o conteúdo é relevante e sem ele a publicidade, como a conhecemos, não não faz sentido.

No entanto, o tema tem levantado alguma polémica aos meios de comunicação social pois surgem dúvidas sobre as questões deontológicas do jornalismo devido à publicação de artigos patrocinados.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que o conceito de patrocinio de um conteúdo não implica a intromissão da marca pagante na definição, escrita e orientação do mesmo. Dito isto, se um jornal receber patrocínio de determinada marca para investigar, produzir, e publicar conteúdo sobre determinado tema, isso é bom para o jornal, (que encontra forma de ajudar a financiar a sua produção, deixando de ficar dependente dos anúncios tradicionais), e é bom para o patrocinador que vê a sua marca associada a conteúdo que considera relevante para os consumidores que se interessam pelo tema.

Acredito que, se esta linha for bem traçada, a deontologia está bem protegida e a isenção jornalística ficará no mesmo ponto em que está atualmente.

Aliás, acredito mesmo que este modelo ajudará a que se volte a dar maior valor a conteúdo relevante.

Esta prática tem sido testada de diversas formas estando o New York Times ou a revista Forbes (por serem ainda duas das marcas jornalísticas mais importantes do mundo) na linha da frente.

Um dos exemplos que tem sido referenciado pelas opiniões é uma reportagem do NYT sobre as mulheres nas prisões americanas. Na verdade, este conteúdo foi patrocinado pela Netflix com o grande objetivo de promover a nova série de "Orange is the New Black". E onde está a influência da marca no conteúdo? Talvez na ideia!

Na verdade, a marca aparece apenas em zonas específicas, fora do conteúdo, tratando-se de espaços comerciais, perfeitamente assumidos. Se surgisse no espaço do MREC (aquele quadrado de publicidade que foi adotado há anos e que ainda sobrevive nos sites de todo o mundo), levantaria menos dúvidas?

E é pelo facto de estar a referir o nome da marca neste texto (mesmo tratando-se de um blog) que serei menos isento? (Asseguro que não fui pago para o fazer).

 

Comprar espaço vs Comprar conteúdo

Numa outra vertente do Content Marketing, há ainda muitos marketeers que acreditam que colocar conteúdo nos seus próprios sites empresariais é a solução. No fundo, em vez de comprar espaço num qualquer site ou jornal, comprar ou produzir este conteúdo com qualidade e relevante, e publica-lo no site da empresa. Mas produzir conteúdo relevante e de qualidade para uma empresa de bolcahas é o mesmo que pedir a um jornal para fazer essas mesmas bolachas.

Por isso, as empresas que recorrem a este sistema têm de contratar jornalistas para o efeito ou optam por comprar conteúdo a jornais para publicação nos seus sites da empresa (apostando forte nas práticas de SEO). Mas, na verdade, este sistema não é mais do que uma duplicação de conteúdo e os motores de busca têm formas de "ignorar" as duplicações e dão, obviamente, mais relevancia a um site de um jornal conceituado do que ao site de uma qualquer empresa para apresentar resultados de pesquisa de conteúdo jornalístico relevante.

Por isso, a opção de estar junto do conteúdo que interessa, no site de um jornal que atrai um maior número de consumidores interessados, talvez seja a melhor estratégia.

É óbvio que qualquer empresa precisa de rentabilizar o seu negócio para ser viável e os jornais, revistas, rádios e televisões não são diferentes. A única alternativa aos patrocínios ou publicidade, com a qual tanta gente reclama, será pagar para ler esses conteúdos. E esse caminho, como sabemos, está longe de ser uma realidade. Até estarmos dispostos a pagar o custo da produção de um jornal, rádio, revista ou televisão (neste caso até já o fazemos através das assinaturas das redes de distribuição), os patrocínios e publicidade continuam a ser a única fonte de receita dos meios de comunciação social.

O casamento pode existir mas é preciso assegurar, tal como sucede entre um homem e uma mulher, que há momentos em que é melhor cada um estar no seu canto, dando espaço à sua individualidade!

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2010
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2009
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2008
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2007
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D