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Económico abre a porta ao princípio do fim dos jornais em papel

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A capa da última edição em papel do Diário Económico

 

O Diário Económico coloca esta sexta-feira nas bancas a última edição em papel. A partir da próxima semana o Económico irá concentrar esforços apenas nas edições online e no canal de televisão. O Administrador do grupo, Gonçalo Faria de Carvalho, anunciou que, a partir de segunda-feira, a edição em papel estaria suspensa.

 

A decisão, comunicada aos trabalhadores ao final da tarde de quinta-feira por Gonçalo Faria de Carvalho, visivelmente emocionado, tem por base o insucesso do objetivo de venda a um novo investidor. 

 

As graves dificuldades económicas em que o grupo se encontrava, estando os trabalhadores com salários em atraso há vários meses, forçam a decisão do encerramento da versão em papel. Algo que há muito se espera no mundo do jornalismo pois, com o atual cenário e a fuga dos leitores para o online, as vendas e o investimento publicitário têm caído a pique, de forma generalizada, em Portugal mas também a nível internacional.

Com 138 trabalhadores, sendo que a redação é composta por apenas 31 jornalistas, o processo de recuperação deverá passar ainda por uma redução da massa salarial.

Com esta decisão, o administrador do grupo Ongoing, deixou por esclarecer se iria declarar falência da ST&SF, empresa do grupo que detém o Económico e que recentemente apresentou um Processo Especial de Revitalização. 

 

Recorde-se que, no iníco de março, o El País, o maior jornal espanhol, anunciou o fim do papel, que será feito de forma mais suave, ficando a marca focada no digital. De forma geral, mesmo os grandes grupos também estão a sofrer com esta crise da publicidade, tal como ficou claro pelas declarações de Rosa Cullell, responsável da Media Capital, que lançou o desafio a Francisco Pedro Balsemão, para a criação de um algoritmo concorrente ao dos players internacionais. Isto, durante o debate sobre o futuro da comunicação promovido pela IPG Mediabrands.

 

Esta medida, de manter apenas a versão online, tinha já sido tomada em relação à versão brasileira do Económico (Brasil Econômico), em julho de 2015. Este jornal foi lançado em 2009, pela Ejesa, empresa participada pela Ongoing.

 

Ao deixar as bancas, o espaço dos jornais de economia fica entregue ao Jornal de Negócios, do grupo Cofina.

De recordar que o Jornal de Negócios começou por ser apenas um jornal digital e só mais tarde avançou para a edição em papel, primeiro semanal e depois diária. Uma decisão tomada devido ao espaço existente, graças à necessidade de pluralidade.

 

O Diário Económico foi lançado a 30 de Outubro de 1989, sob a direcção de Jaime Antunes, Silvério do Canto e Goulart Machado. Ao fim de quase 27 anos, deixa as bancas, com Raul Vaz como diretor, que está demissionário desde a semana passada.

 

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Tal como se pode ler no título de manchete da primeira edição do Brasil Econômico, a citação de Lula da Silva, que hoje está nas bocas do mundo pelas suspeitas de corrupção, "Quando nasce um jornal a democracia se fortalece". O oposto também é verdade!

 

Apesar desta decisão, que vai reduzir substancialmente os custos de produção, a empresa ainda precisa de ser recuperada, desconhecendo-se ainda as medidas de gestão a aplicar. A direção interina ficará a cargo de jornalistas do Económico.

 

De acordo com a comunicação feita aos trabalhadores, Gonçalo Faria de Carvalho assegura que o regresso da edição em papel não está descartada, caso a recuperação da empresa seja um sucesso e o mercado volte a recuperar.

 

Com 138 trabalhadores, sendo que a redação é composta por apenas 31 jornalistas, o processo de recuperação deverá passar ainda por uma redução da massa salarial.

 

O dono da Ongoing, Nuno Vasconcellos, foi recentemente criticado pelos trabalhadores depois de colocar no Facebook, as fotos de um jantar de salmão. De acordo com o site institucional da Ongoing, "em 1989, o grupo integrava 25 empresas, empregava 1.500 pessoas e tinha vendas superiores a 20 milhões de contos (cerca de 100 milhões de euros), o que representava 0,2 por cento do produto interno bruto (PIB) português".

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