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Os jornalistas, a isenção e a total ausência de opinião

Adeptos celebram conquista do 35º campeonato no Marquês de Pombal

Quantos jornalistas, médicos, comerciantes, estão aqui a celebrar? 

 

Desde sempre, e as regras são claras, que um jornalista deve "a) Exercer a actividade com respeito pela ética profissional, informando com rigor e isenção;". Assim dita a alínea a) do Artigo 14º do Estatuto do Jornalista, publicado no site da Comissão da Carteira Profissional.

 

Já no Código Deontológio, entre outras regras, pode ler-se, logo no primeiro ponto, que "O jornalista deve relatar os factos com rigor e exatidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."

 

A esta altura, devem estar a questionar-se, porque razão estarei a transcrever estes factos? Surgem a propósito daquilo que hoje, em particular, surge nas redes sociais em relação a jornalistas que felicitam o benfica pela conquista do campenato. É preciso não esquecer que há outros tantos que também dão os parabéns ao Sporting ou ao FC Porto.

 

Mas, o que aqui está em causa é a tentativa de tornar estas manifestações públicas da cor clubística, um direito de qualquer cidadão que vive em Liberdade, numa espécie de clube de pessoas que ajudaram o Benfica a conquistar o campeonato.

 

Antes de mais nada, e tal como está escrito na Lei do jornalista, uma coisa é a redação de notícias e o seu trabalho de cobertura de eventos, outra a sua vida como cidadão. Não está escrito em lado nenhum, e seria ridículo, que um jornalista não pode ter preferências clubísticas, religiosas ou políticas. Já agora, também preferências amorosas.

 

O que não deve suceder é um jornalista publicar trabalhos na imprensa, televisão ou rádio, que violem as regras. Mas um jornalista não está impedido de se manifestar publicamente, como cidadão. E, apesar de tudo, um jornalista, pela responsabilidade que tem, dev ser moderado nos comentários que faz, pode dizer, mas sem apelar a violência, ou ofender os outros, por exemplo. Algo que defendo que todos deveriam fazer!

Que os árbitros erram, não restam dúvidas, que o fazem porque foram pagos para tal, recuso acusar sem provas.

Vejamos, por exemplo, o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa. Todos conhecem as suas preferências clubísticas, não está impedido de as mostrar. No desempenho das suas funções deve manter a isenção devida e tratar o tema com o respeito que todos os cidadãos merecem.

 

O mesmo se passa com os jornalistas. No seu trabalho devem ser isentos mas nada os impede de terem uma vida social ativa e participativa. Como tal, considero que podem festejar, ou manifestar a sua tristeza, pelas vitórias ou derrotas dos seus clubes.

 

A título de esclarecimento, não estou a defender as situações em que a imprensa, as rádios ou televisões, eventualmente, publiquem artigos tendenciosos que violem as regras. Aí, têm de ser as instituições reguladoras a intervir, através da análise e punição dos prevaricadores.

 

Estou sim a defender que um jornalista é um cidadão, e tem direito à sua opinião. Aliás, está previsto na lei que o jornalista pode escrever opinião desde que seja claro para o leitor que se trata de um artigo opinativo, tal como descrito no ponto 1 do Código Deontológico.

 

Outro exemplo, os médicos. Podem nem gostar de um pedófilo, ou de um assassino. Mas se o tiverem na mesa de operações, têm a responsabilidade de tudo fazer para lhe salvar a vida. Podem dizer publicamente que pessoas assim deviam perder a vida? Pode um médico, adepto do Benfica, recusar tratar em condições um do Sporting? Podem, mas a sua obrigação profissional, o seu juramento, obriga-o a respeitar regras.

 

Esta moda, que tem crescido nos últimos anos, despromovendo a classe jornalística, em parte, tem um fundo de responsabilidade dos própios jornalistas. Ou melhor, de algumas pessoas que se dizem jornalistas e que têm dominado as redações.

Será errado um jornalista assumir as suas preferências clubísticas? 

A precária situação profissional dos jornalistas, que se mantêm sob a constante ameaça de despedimento, a maioria está anos sem fim a recibos verdes, com salários abaixo dos 900 euros, permite que tal suceda. Quando se fala de pressões, de perseguições, talvez fosse bom olhar em primeiro lugar para "o que se passa, de verdade, nas redações".

 

Vou deixar este tema para outro dia porque obriga a uma refelxão mais profunda. Hoje, falamos da liberdade que um cidadão, que por acaso até exerce a profissão de jornalista, tem de se exprimir publicamente.

 

Mesmo sendo um jornalista desportivo? Sim, mesmo sendo um jornalista que habitualmente faz a cobertura de eventos desportivos. Sempre que abordo este tema, em conversas, é incontornável, fala-se do jornal A Bola, da sua "suposta" ligação ao Benfica. Vou deixar de lado qualquer comentário ao tema, serve apenas para referir que tenho amigos, sportinguistas ferrenhos, que compram este jornal relegiosamente. Depois criticam, falam do "benfiquismo" dos artigos. Mas compram porquê, questiono? "Não consigo deixar de comprar, é um vício". Eu acrescento, é a paixão do futebol. Onde um lê algo negativo, outro revê-se por inteiro.

 

A bem da imprensa, digo, um vício bom, comprar jornais. Mas que há coisas menos claras, não restam dúvidas. Agora, são estas notícias que fazem ganhar campeonatos? Os jogos não se fazem dentro de campo? Fazem, e com tudo o que isso implica. Arbitragem incluída.

 

Para mim, aquilo que é mais grave, é o facto das pessoas apenas lerem aquilo que defino como "as cenas sensacionalistas". Desde 2003 que trabalho no digital, onde se consegue medir, ao segundo, aquilo que as pessoas lêm. Há mais de 12 anos que sei que as pessoas gostam e valorizam os títulos que falam de acidentes, mortes, violações, Benfica, Sporting, Porto (no caso dos clubes, normalmente por esta ordem).

 

Se eu fizer uma notícia a falar do Belenenses, terei pouco sucesso. Talvez seja lido pelo meu amigo João. Meia dúzia de cliques. A mesma notícia, mas com Benfica ao barulho, tem um impacto muito superior. E isto sucede porquê? Porque é aquilo que as pessoas querem ler e valorizam. E, acreditem, não serão apenas os benfiquistas a ler...

 

É semelhante ao fenómeno da RTP2: todos dizem que é relevante, como serviço público, mas ninguém vê. Ou como o Big Brother e programas idênticos, todos criticam, mas as audiências mostram que está tudo pregado ao ecrãn.

 

Por isso, quando vejo nas redes sociais críticas, até de alguns jornalistas que se dizem "envergonhados", pelo facto de haver outros que colocam fotos a celebrar com o clube da sua preferência, pergunto. Qual é o mal, desde que não estejam a publicar isso como trabalho ou não deixem essas preferências influenciar os seus artigos?

 

Um jornalista não vota? Vota. E mesmo sendo um jornalísta que acompanha temas políticos ou de economia, tem a obrigação de manter a isenção quando escreve um artigo. Agora, sejamos claros, um jornalista é um ser humano e é quase impossível falar de uma isenção a 100 por cento. Nem que essa "suposta falta de isenção" seja feita pela relevância que dá a um tema. Convencionou-se chamar a isso, opção editorial.

 

Para os que me acompanham no que escrevo nos três blogues que alimento, sabem que, mesmo na opinião que exprimo na escrita, tento manter as coisas com um nível sério. Mesmo quando falo de política, tenho sempre presente que, acima de tudo, gostava de ter políticos honestos, sejam de esquerda ou direita.

A isenção é algo complicado de definir para um ser humano. Por isso, quando um jornalista escreve um artigo, deve limitar-se aos factos e deixar para textos de opinião a sua visão pessoal. 

Naquilo que me diz respeito, prefiro manter as coisas de forma clara. Prefiro saber as inclinações pessoais de um jornalista para, quando ler o que escreve, fazer os devidos filtros. Mas há algo que, como profissional, para mim é sagrado. Honestidade dos factos. Essa deve ser a linha que um jornalista jamais deve ultrapassar.

 

Vamos aos factos. O Benfica mereceu conquistar o campeonato? Os factos dizem que sim. Teve mais pontos, bateu até rocorde de pontos (88), do que o Sporting.

 

Houve casos de jogo, penaltis por assinalar? Houve, também é um facto. Mas eu, como jornalista, não possuo dados que me permitam acusar árbitros. Sabemos, pelas repetições das imagens televisivas, que houve penaltis por assinalar ou outros que não existiram, de facto. Mas é quase impossível dizer que o árbitro viu e decidiu ignorar. A título de experiência, porque eu já a fiz, convido qualquer um a colocar-se em campo, num jogo, no papel do árbitro e a decidir dezenas de situações em simultâneo. É impossível ver tudo. Basta estar posicionado um metro mais à frente ou mais atrás para ser impossível saber se a bola passou ou não a linha, que o jogador estava ou não fora de jogo, que a falta existiu e que foi dentro ou fora da área.

 

Mesmo com as imagens de televisão, muitas vezes, continua a dúvida. Por isso, continuamos a alimentar a paixão com os casos de jogo. A culpar os árbitros. Que eles erram, não restam dúvidas, que o fazem porque foram pagos para tal, recuso acusar sem provas.

 

Por isso, quando se fala que uma notícia influenciou o resultado de um jogo, recordo-me sempre dos "mind games" de Mourinho. Cabe, também, aos treinadores, manter os jogadores focados. Cabe aos presidentes dos clubes a responsabilidade de zelarem pela verdade desportiva e por um bom ambiente nos estádios. E não fazerem aquilo que habitualmente fazem que se reduz à inflamação dos adeptos que leva a confrontos desnecessários. Que impede que eu, como adepto, arrisque levar a minha filha a assistir a um jogo de futebol porque no fundo sei que a vou colocar em risco de vida.

 

Como cidadão, como adepto, posso comentar, opinar. Dizer que o Benfica venceu este campeonato até com alguma sorte, depois do arranque mal conseguido. Posso até comentar que Jorge Jesus pagou a arrogância das suas declarações. Mas, como jornalista, devo manter as coisas ao nível dos factos. 

 

Pior são os que se escondem, camuflados. Os que criam factos, manipulam. Mas, como já disse, cabe às entidades reguladoras estarem atentas e agir como manda a lei.

 

Resta apenas terminar com a observação que ontem me assolou enquanto voltava, de bicicleta, do parque infantil com a minha filha: A crise acabou, a julgar pela quantidade de gente que andou a queimar combustível, na véspera de mais uma aumento deste líquido "precioso".

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O Facebook e a estratégia da cobra

acobrafacebook.jpg

 

Quando se fala da cobra, de forma figurativa, fala-se da capacidade que o réptil tem para hipnotizar as suas vítimas, deixando-as imóveis. Falando por mim, adopto a justificação desta hipnose se dever ao medo paralizante que o animal provoca quando ficamos frente a frente.

 

Quanto mais aprofundo a experiência pelo Facebook, mais acredito que a estratégia de Zuckerberg assenta neste princípio. Tem a capacidade de deixar o mundo paralisado e, quando menos se espera, lança o ataque feroz. E quando digo, quando menos se espera, falo também metaforicamente. Pois, tal como é certo que se nos colocarmos de frente a uma cobra, seremos mordidos, também se sabe já que em todas as estratégias do Facebook, por muitas promessas que façam, o objetivo será sempre o mesmo: deixar os utilizadores dependentes para depois sugar dinheiro para conseguir uns míseros likes.

 

Neste texto irei abordar duas "novas" tendências do Facebook, o Live e os Instant Articles. Começando pelo primeiro, acredito que o mundo inteiro ficou assoberbado quando o BuzzFeed conquistou, em cinco dias, mais de 10 milhões de visualizações no vídeo onde fazia explodir uma melancia colocando elásticos à sua volta. No seu pico, mais de 800 mil visualizações em simultâneo e terminou com cerca de 320 mil comentários. Fantástico. Uau...

 

Eu consegui mais de 185 mil visualizações, 1700 likes, 3094 partilhas (no vídeo publicado na conta de Facebook do SAPO) na famosa receita de gambas picantes, perfumadas com vinho branco, publicada no blogue Conversa de Homens.

 

Vamos lá esclarecer as coisas, sem grandes rodeios: Sou capaz de apostar que o Facebook e o BuzzFeed fizeram esta estratégia em conjunto para conseguir este número sonante. Afinal, é Zuckerberg quem domina o algoritmo e pode fazer chegar qualquer post, qualquer vídeo, qualquer transmissão no Facebook Live ao número de pessoas que bem entender.

 

Vejamos o seguinte, um vídeo com 44 minutos na Internet? Se eu fizer uma proposta deste género a alguém, certamente sabem o que me dirão. Dois minutos já é demais num vídeo para Internet e tem de ser um conteúdo mesmo "muito bom"! As gambas estavam deliciosas.

 

Mas não, o BuzzFeed conquistou este valor com uma trasnmissão de 44 minutos... Claro que, tal como eu, ninguém ficou a ver duas pessoas a colocar mais de 700 elásticos à volta de uma melancia numa transmissão em direto. E, mesmo no vídeo "em diferido", andaram para a frente e foram diretos ao assunto, aos últimos 40 segundos quando a melancia explode. A experiência, não sendo uma novidade, é gira e tem um climax interessante.

 

Mas, como se sabe, esta é a estratégia do Facebook para conseguir chamar a si as marcas, ansiosas pelo alcance que a rede social promete. Tal como a história tem demonstrado, e a história do Facebook tende em repetir-se, ao contrário do que sucede agora, em que o Facebook Live tem uma alcance orgânico para toda a rede do perfil que faz a transmissão, não tardará em ser preciso pagar para chegar a meia dúzia de pessoas.

 

Não será difícil perceber que aquilo que espera os media ao fundo do túnel não é a luz mas sim um comboio a alta velocidade.

 

Desde o lançamento, em agosto de 2015, que o Facebook Live tem uma vantagem sobre os outros posts. Uma vez que assim que alguém (seja uma marca, celebridade, amigo ou um jornal) inicia uma transmissão nesta plataforma, todas as pessoas nessa rede serão notificadas, queiram ou não. Para quem já se esqueceu, isto era o que sucedia no início dos tempos com os posts de Facebook. Eu tinha a minha rede de amigos e sempre que publicava um post esses amigos, fossem 3 ou 3 milhões, viam o que eu publicava.

 

Depois, o famoso algoritmo, passou a decidir a quem mostrava as minhas publicações. E, se eu quero chegar a alguém, tenho de pagar. Não tenham dúvidas que o mesmo vai suceder quando as marcas estiverem já embrenhadas, e depois de gastarem milhões em publicidade gratuita para o Facebook, com as transmissões de vídeo.

 

Pior do que esta consciência, é ter a certeza que isto vai funcionar, pois todas as marcas vão desviar orçamento de publicidade e marketing para este novo formato, tal como o têm vindo a fazer até agora. E, podem perguntar, mas compensa? Sinceramente, não. Já o tenho escrito por diversas vezes nos artigos publicados.

 

Mesmo para as marcas, que olham de forma gulosa para o alcance da rede social (e é isto que as marcas procuram, numa primeira instância), iremos chegar ao ponto em que a avaliação do investimento necessário para chegar a um número sonante de pessoas versus o retorno, será negativo.

 

Vale a pena recordar que os dados do Facebook mostram o número de perfis alcançados, e quando se paga, o alcance, diz o Facebook, é maior, mas pouco se pode fazer com esse número. Sabemos que são 100, mas não fazemos ideia de quem são. Sabemos sim que pagamos por alcance e o retorno, seja em cliques ou em vendas, é equivalente a uma miséria.

 

- Recorde o texto sobre o desperdício de investimento nas redes sociais e ainda Post pago no Facebook: Time line de um caso prático

 

A discussão ainda não é clara, sendo que as marcas olham para o Facebook como uma maneira de conseguir mais alcance (apesar dos maus resultados obtidos até agora); enquanto os media, que começaram a olhar com ar desconfiado, estão a cair no encanto da serpente. Não tendo investimento nos seus sites, vêem-se obrigados a procurar um local onde haja esperança de monetizar o conteúdo.

 

Uma coisa é certa, os orçamentos de publicidade são limitados e têm sido desviados para Facebook e Google em detrimento dos meios de comunicação social.

 

Artigos Instantâneos

Esta é outra das promessas de el dorado que Zuckerberg lançou aos media e, por muito que me custe, acredito que vai conseguir enredar os órgãos de comunciação social, as marcas e produtores de conteúdos em geral. Em Portugal, grupos como a Impresa ou a Cofina, vão apostar nos instant articles (artigos instantâneos) para aí disponibilizarem os seus conteúdos, gratuitamente, com a promessa de poderem ficar com 100% das receitas de publicidade angariada pelos meios e cerca de 70% se a publicidade for angariada pelo Facebook. Pelo menos, enquanto o Facebook não decidir mudar as regras!

 

O crescimento do investimento publicitário tem sido grande no digital, mas a maior fatia é desviada para o Facebook e Google. 

 

Mais uma vez, esta estratégia visa criar a necessidade e habituação, manter as pessoas dentro do Facebook em detrimento dos sites das empresas ou dos meios de comunicação social. Com o tempo, creio que não será difícil perceber o que vai acontecer. Os sites tendem a perder ainda mais tráfego e será impossível controlar os danos provocados. O horizonte será um inventário de sites vazios, sem tráfego, sem melhorias técnicas ou de design, a povoar a Internet.

 

Perdem-se postos de trabalho ao nível dos jornalistas mas também comerciais, técnicos e designers, especialistas de usabilidade...

 

Aqueles que pensam poder controlar os danos estão ao nível de um viciado que acredita seriamente que consegue controlar as coisas, se experimentar só mais esta vez.

 

Enquanto que no caso das marcas, das empresas, o dano é feito ao nível do gasto dos orçamentos de marketing e publicidade (que vivem na ilusão de um retorno que raramente existe), os meios de comunicação social perdem audiência e vêm as marcas desviar os investimentos para o Facebook e Google.

 

Os dados de mercado dão conta que o investimento em digital vale já cerca de 70% do total (ficando os restantes 30% para TV, rádio e imprensa). Mas, desses 70%, apenas 30% chegam aos meios de comunicação social nacionais.

 

O restante vai para Zuckerberg e para o Google. Ou seja, apesar do crescimento exponencial do investimento em digital, os players nacionais estão a perder terreno. Perdem no papel, obrigando as publicações a encerrar e, mesmo apostando no digital, vai ser quase impossível manter as portas abertas.

 

Não pelo custo de um site, que hoje se consegue de forma quase gratuita, mas porque o tráfego vai estar todo no Facebook. E, uma vez que os media dependem da publicidade para cobrir os custos de produção de conteúdos (os leitores recusam-se a pagar para ler notícias); e a publicidade foge para o Facebook, não será difícil perceber que aquilo que espera os media ao fundo do túnel não é a luz mas sim um comboio a alta velocidade.

 

Além disso, e ainda está para se perceber como os meios de comunicação social e marcas vão lidar com o tema, é preciso não esquecer que o Facebook está a salvaguardar para si a definição de conteúdo válido. Haverá uma equipa a analisar e a aprovar o conteúdo submetido e apenas é possível enviar para aprovação quando tiver um mínimo de 10 artigos inseridos.

 

Ou seja, mesmo quem quer testar, terá de enviar para o Facebook um mínimo de 10 conteúdos que irão engrossar o seu inventário.

 

Por isso, quando Zuckerberg, tal como uma cobra, lança estes feitiços, ficamos todos paralizados, aparentemente sem noção que estamos apenas à espera do ataque de misericórdia.

 

 

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