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Diário Económico, porta aviões ao fundo

Diário Económico, porta aviões ao fundo

 A dúvida mantém-se, Económico é para Continuar ou vai tudo optar por dizer: Não, Obrigado!

 

Hoje começa mais uma semana de esforço para os trabalhadores do Económico (site e televisão). Pessoas que continuam a segurar um projeto líder mas que não tem, até ao momento, uma solução de gestão.

 

Sempre que existe uma luz ao fundo do túnel, os trabalhadores acabam por ser atropelados por um TGV. E, apesar da desilusão, voltam a pensar para si próprios, "mais um esforço, chegámos até aqui vale a pena lutar mais um pouco". Salários em atraso, pagos à semana. Reuniões de moralização, ou de expiação, e mais uma semana de trabalho em que mantém a liderança. Comentários, alguns desnecessários, expostos nas redes sociais.

 

Faz parte de todo um processo moroso e desgastante, tanto a nível físico como psicológico. Depois da demissão da direção de Raúl Vaz, atualmente diretor do Jornal de Negócios, a função foi assumida interinamente por Mónica Silvares e Filipe Alves. Numa altura em que todos decretavam já o fim do título, os novos diretores conseguiram manter o projeto a funcionar, suportados por todos os trabalhadores que continuaram a lutar pelo projeto.

O futuro do projeto não depende dos trabalhadores, depende de gestão. O porta-aviões, já afundou mais um pouco! 

Sabiam que tinha de ser uma solução provisória, até que se concretizasse a aquisição por um novo investidor. Alguém que tivesse a vontade de manter o projeto e apostar na sua renovação e relançamento. O projeto, apesar de tudo, manteve-se líder ao longo de todos estes meses. Batendo o Jornal de Negócios, o concorrente direto.

 

Mas, semana após semana, dia após dia, o negócio de venda, que "estava por horas", tardava em chegar. Avanços, recuos, reuniões de credores, decisões no Tribunal, um comprador assumido que anuncia a desistência do negócio.

 

Ao mesmo tempo, o anúncio da chegada de novos projetos na área da economia. Num mercado onde os dois já existentes têm pouca margem, o aparecimento de mais um projeto fez abalar os alicerces. Para que um novo surja, o mercado terá de penalizar os outros. O bolo publicitário não vai aumentar. As fatias de cada um vão ficar mais curtas. Isto, é uma certeza.

 

O Económico tem a força de (ainda) ser líder e o nome, a marca. Mas, por causa das dívidas da Ongoing, os títulos estão penhorados ao Fisco e à Segurança Social. Há dúvidas que um novo comprador possa usar o título sem pagar essas dívidas. Duvido que alguém queira pegar num projeto com este peso.

 

Por isso, quando se fala de relançamento, fala-se também na criação de uma nova marca, a competir com o Eco já anunciado por António Costa, ex-diretor do Económico.

 

Neste momento, é de louvar o esforço que todos os trabalhadores do Económico (site e televisão) têm mantido até aqui, mas é quase certo que não havendo negócios, a batalha está perdida. O porta aviões foi severamente atingido e o rombo será difícil de remendar.

 

É preciso não esquecer que todos os trabalhadores no ativo, com excepção dos da televisão, são todos contratados da ST&SF. E mesmo a televisão, que é autosuficiente do ponto de vista financeiro, está em risco.

 

Os jornalistas, cujos contratos de trabalho estavam celebrados com a ST&SF (empresa que decretou falência), estão no desemprego e já têm mesmo na sua posse o papel para o Fundo de Desemprego. No entanto, mantêm-se, como sempre fizeram, a colaborar com o site, alimentado-o com notícias e liderando o mercado do jornalismo económico. É de reforçar, têm o papel para o Fundo de Desemprego na mão, mas, até agora, têm mantido o projeto a funcionar, sem conhecer o futuro. Pelo meio, uma tentativa de novos contratos com a Económico Digital (empresa que detém o site) com condições que a maioria recusa aceitar: perda de antiguidade, cortes salariais...

 

O anúncio de desistência de Luís Trindade do negócio, levou a que, mais uma vez, todos pensem que o esforço tem sido em vão. Desta vez, a luz ao fundo do túnel não estava lá, começou a ficar mais longe. E chega o momento em que mais vale desistir. O futuro do projeto não depende dos trabalhadores, depende de gestão. O porta-aviões, já afundou mais um pouco!

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